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sexta-feira, 23 de março de 2018

SOB PRESSÃO - MULHERES



        Todos nascemos com um script já escrito pela Família e pela Sociedade  dizendo  quais são nossos papéis e de como esperam que os desempenhemos.  Todos esperam o melhor de nós, por amor ou sem amor! Mas o que torna esses scripts tão pesados é o grau de perfeição idealizada e esperada  e a rigidez com que, individualmente, nós os acolhemos. Então, nascemos já sob o peso dessas expectativas e das pressões da Família e da Sociedade, mas sobre as mulheres cai o ônus maior por seus tantos, e tantas vezes conflitantes, papéis. Aprenderam e acreditam que só terão valor na medi da em que consigam desempenhar com perfeição sua “missão”. 

        Em família, espera-se que sejam filhas atentas e obedientes, generosas cuidadoras de seus pais, avós, irmãos e outros parentes, sempre que necessário. São mulheres, é isso que se espera delas!  Como mulher/mães, a entrega deve ser total aos cuidados pelos filhos. Acredita-se, e elas acreditam, que têm o poder e o dever de fazê-los “dar certo”, de modificá-los para seu bem, sempre que necessário e  ainda acreditam que são responsáveis por sua “felicidade”. Desenvolvem assim um amor possessivo, apegado, desesperado, ante todos os perigos de um mundo que dificulta de toda maneira a sua missão. E deverá ser um amor “incondicional e desinteressado”(sem esperar qualquer tipo de retorno!?)  Sua imagem para os filhos deve ser de pureza e perfeição!!

        Já como mulher/companheira/amante, acentua-se a dificuldade e o conflito com mais esse papel. Também acredita que para ser amada e ter valor, para não sofrer rejeição e abandono, precisa fazer o Homem feliz, atendendo às suas expectativas, mantendo seu interesse, dedicando-lhe seu tempo e atenção, compartilhando sua sexualidade tão humana, nem sempre tão pura!

        E, numa sociedade em processo de abertura, mas ainda bastante conservadora, patriarcal, ainda se espera  submissão a seus papéis tão conflitantes.  Lutando por direitos tanto tempo ignorados, tentando diminuir a opressão material, que mantem a submissão, a mulher busca a independência econômica, ainda que discriminada e menos valorizada em seu trabalho.  Mas ganha, em contra partida, a pressão de mais um papel – o de profissional! 

        Como atender a todos?  Como um equilibrista de vários pratos, corre todo o tempo de um papel para outro, agoniada, culpada, com medo de falhar e deixar cair algum deles...   Acreditando que precisa “dar conta” de tantos papéis com perfeição para se sentir amada e valorizada, o mundo interior das mulheres torna-se um caldeirão de emoções dolorosas e quase sempre reprimidas ou disfarçadas – medo, ansiedade, frustração, raiva, mágoa, humilhação, vergonha, culpa ...   Suas atitudes são de constante e frustrante tentativa de controle.  Falam demais, cobram demais, são cobradas demais, se justificam demais ou falam de menos, “engolindo” mágoas e lágrimas... Sob tanta pressão, algumas entram em depressão ou ficam agressivas e vivem  “à beira de um ataque de nervos”! 

        Não adianta se debater e lutar contra opressões de fora, enquanto a maior pressão que a mulher sofre ainda for a Pressão Interior! Enquanto acreditar que deve ser perfeita ou se submeter para ter amor e valor, será presa da agonia de se frustrar continuamente e acreditar que é menos ou de menor valia. Enquanto acreditar que seu principal papel é ser somente servidora e cuidadora de todos, sem aprender a cuidar de si mesma e respeitar os seus limites e enquanto se acomodar, sem ousar sempre mais para melhor se conhecer, ela será uma vítima ressentida e agressiva.

        Mulheres precisam parar de se anular ou de viver correndo, sob pressão. Precisam relaxar, soltarem-se, desligarem-se... e aprender a atender suas necessidades, a se colocar, dizer dos seus anseios, do que podem ou não ... Precisam aprender a estabelecer, respeitar e fazer respeitar seus próprios limites... Precisam aprender a amar sem medo e apego,  aprendendo a se amarem, para serem felizes, sem culpa.  Mulheres precisam poder Ser, naturalmente, o que foram escolhidas para Ser: generosas, doces, leves...  expressões especiais do Amor de Deus! 

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