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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

RENÚNCIA E LIBERTAÇÃO




        Renunciar é abrir mão dos nossos apegos.  É soltarmo-nos  do que achávamos ser a base necessária à nossa vida. – nossas certezas, nossas verdades, nossas posses materiais, nossas fantasias do Outro, nossa própria auto imagem idealizada, nossas crenças e amores possessivos...

         A Dor  de nossas perdas materiais e intelectuais nos ensina a transitoriedade desses bens e nos leva a renunciar à agonia da busca desesperada pelo acúmulo de bens, títulos, excessos intelectuais, status, “sucesso” e poder... que nos envaidecem, mas não nutrem nossa dimensão maior e mais sutil e não nos livram do estresse e da depressão.Só a Dor de um vazio interior, só a aridez dessas posses, pode nos lembrar que precisamos renunciar aos excessos e descobrir a alegria do compartilhá-los

         Só a dor maior, que nos abate quando somos confrontados com  nossa impotência perante os outro;  só a dor de alguns desafios e perdas maiores da vida em nossas  relações afetivas (“mortes”, abandono, traições...) , pode nos levar a reconhecer que tudo aquilo a que nos apegamos não foi suficiente ou capaz de evitá-las.Eu queria garantir a posse das pessoas mais queridas para garantir minha felicidade de tê-las para sempre! Queria orientá-las, direcioná-las, decidir o que era bom para nós, cerceá-las por amor e cercá-las de cuidados. Mas, aprisionando-as no meu apego, fui perdendo-as e me tornando, eu mesma, prisioneira, carcereira, em nossa relação!   

           Só essa dor maior pôde me fazer perceber que não podemos possuir pessoas. Elas são Centelhas Vivas do Sagrado, únicas em sua individualidade, não são coisas, não podem ser possuídas!...  O Universo é paradoxal e, só renunciando à sua posse é que poderei atrair aqueles que amo para mim! Preciso libertá-las da minha  agonia e luta, para melhor amá-las e ser amada.

            Renunciar é um ato de Libertação. É um ato de Amor a nós mesmos e aos outros, por isso é um ato espiritual!  Um ato que nos liberta das lutas e traz em troca, para ocupar esses vazios, a entrega a sentimentos, pensamentos e comportamentos de um nível mais sutil e amoroso.   Precisamos caminhar leves, para ter alegria no caminhar e descobrir a alegria do compartilhar.


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