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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

ANONIMATO




         Ser anônimo em um grupo, em interação com outras pessoas, é ser eu mesmo, apenas e simplesmente, com um nome, sem sobrenome, sem quaisquer rótulos, sem “pistas” de onde venho, do que faço, do que sei, do que possuo, do meu poder (muito ou pouco) em sociedade. É ser uma individualidade em meio a outras individualidades e, assim, ser igual em nossa originalidade e potencialidade.

            Mas como é difícil sermos anônimos num mundo de relações marcadas pelas desigualdades de poder, de dinheiro, de status...! Relações marcadas pelo aparentar e pelo comparar! Nosso medo de “ser menos”, nossa necessidade de sermos valorizados, insufla nosso orgulho, e rapidamente, queremos nos “apresentar” aos outros com todos os “adereços sociais” que possam demonstrar nosso maior valor e poder.

            Quando o medo de sermos iguais, de sermos anônimos, é grande, tornamo-nos arrogantes e gritamos( ou buscamos um modo de divulgar) o nosso poder /valor e “diferenciais” para o mundo. “ Tenho formação”!... “Não sou um qualquer ! Sou...” “Sabe com quem está falando?”... “Sou um artista!”...  “Sou sucesso!”... “Sou rico!... SOU...  Queremos nos destacar, ser “alguém”, mesmo que seja, ao contrário, um “coitadinho”, quando nos interessa buscar apoio nos outros.    Só gostamos de ser anônimos quando nos sentimos ameaçados, desafiados, assustados.... Então, por medo ou segurança, preferimos nos abrigar atrás do anonimato, para não termos que nos posicionar ou nos arriscar.

            Para lidarmos com os desafios do Anonimato num mundo hostil, competitivo, de nomes e títulos, a sabedoria das Irmandades Anônimas Anônimos nos sugere, por prudência, sabedoria e respeito uns aos outros, guardarmos o anonimato daqueles que confiam e compartilham conosco os seus atos, seus sentimentos, as suas palavras, as suas histórias...  Também pela mesma prudência e sabedoria, ante um mundo que nos seduz com as luzes e brilho de sucesso, que nos arrasta pela vaidade, é sugerido resguardarmos nosso ego deslumbrado dessas seduções, buscando nos mantermos no Anonimato.

            E a forma mais simples e importante do Anonimato é aquela a que devemos estar atentos no exercício da busca espiritual. Em família ou em qualquer encontro humano, precisamos ser anônimos, no sentido de sermos iguais, sem julgamentos críticos a quaisquer rótulos sociais ou culturais. Iguais em nossa humanidade, iguais em nossa Origem Sagrada. O Anonimato, a Igualdade, é o princípio do Amor em suas muitas faces, que se sobrepõe ao nosso personalismo. É o espiritual tomando a frente em nosso caminhar, ensinando ao nosso ego imaturo a se despojar do mundano e ser mais livre e amoroso.

            Esse é o Anonimato sugerido pela sabedoria dos Anônimos e procurado por todos aqueles que anseiam por um Despertar Espiritual. Ele traz essa nutrição amorosa, de simplicidade e humildade, ao nosso Ser tão complexo – instintivo, racional/egóico, mas sobretudo Espiritual...

2 comentários:

  1. O anonimato eh mesmo amplo em sua eficiência, eu diria, um tempero multifacetado que atende no sacrifício de minha própria personalidade em benefício do todo. Nosso maior professor, que nos diz; esqueça ou não busque, reconhecimento; simplesmente, realize o que deve ser realizado! O verdadeiro exercício da humildade. Parabéns, Tude!

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