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terça-feira, 20 de outubro de 2015

E EU ACREDITEI !...



           Somos responsáveis pelo que acreditamos. Somos responsáveis pelas crenças que mantemos em nossa vida adulta.  Algumas são tão naturalmente arraigadas, que nem notamos que são apenas crenças – parecem a nós que são certezas, verdades inquestionáveis.  Na verdade, elas nos foram passadas/ensinadas desde sempre e nós as assimilamos como “o chão e o céu” do nosso mundo.

            Outras crenças, vamos adquirindo em resposta a desafios enfrentados em nossas vivências. São filhas de experiências, boas ou más. Essas crenças são mais novas, maleáveis. Ainda assim,  foram influenciadas pelas crenças primeiras, primárias, familiares.

            Como adultos, precisamos aprender a questionar a lógica e a veracidade de todas nossas crenças para as irmos, se e quando necessário, revalidando-as, remodelando-as ou, até mesmo, abandonando-as.  Em nossas relações afetivas, no entanto, nossas crenças parecem desafiar nossa capacidade de analisar, de rever conceitos, quando se apresentam  questões de confiar ou desconfiar uns nos outros. Preferimos manter nosso mundo de “certezas”! Parece, a princípio, ser mais cômodo, mais seguro... 

Então, jamais acreditar ?   Jamais voltar a acreditar? Atenção!  Pessoas são únicas, não podem ser generalizadas! Pessoas estão “em processo”, pessoas até mudam (não demais, nem muito rápido), mas mudam!          
                                                                  
 Ou, sempre acreditar! Para sempre acreditar? Mas acreditar no quê? Que as pessoas não deveriam mentir, trair, decepcionar...? Que deveriam ser justas, verdadeiras...?  Atenção!  Pessoas falham!

            Sou responsável pelo que eu acredito, só por hoje!  Os outros não podem ser responsabilizados pelas minhas escolhas e “certezas”!  Se eu decidir escolher me resguardar neuroticamente de desenganos, fechando-me ao mundo e às pessoas, sempre  desacreditando, a responsabilidade é minha!  Se, ao contrário, eu decidir acreditar num mundo ideal, irreal, de pessoas ideais e irreais... a responsabilidade também é minha!

Num mundo real, preciso conviver ( e até acreditar) nas pessoas, principalmente nas pessoas que mais amo, mas ATENTA às suas possibilidades, às suas dificuldades , às suas falhas de caráter, à sua humanidade ainda tão primária!  Preciso acreditar no que ela, só por hoje, consegue ser e não no que ela devia ser, e  não no que eu queria acreditar que ela fosse. 

            A partir daí, posso ter atitudes até amorosas, mas também firmes, coerentes e assertivas.  Esperar de “ peito aberto” e com inocência que as pessoas sejam como prometem ou como eu desejava que fossem, só nos leva a frustrações, decepções, mágoas e muita raiva.   E então acusamos , jogamos culpa e nos achamos com o direito de, ressentidos, “dar o troco”. Não posso me entregar à delírios de amor cego e apaixonado, nem à fantasia de eu ser generosa e sublime, acima desse mundo. Quando eu o faço, acabo por me queixar, magoada e assombrada: “E eu acreditei!...”                                              

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