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sexta-feira, 31 de julho de 2015

GUERRA E PAZ


          “Há guerras em que ninguém marcha com uma bandeira, embora isso não impeça que as baixas se acumulem.”  -  S.Tomás de Aquino.

            As guerras não acontecem somente nos campos de batalha do mundo ou nos livros, nos noticiários, filmes... que as trazem de fora até nós. E elas, assim, nos parecem muitas vezes tão distantes!  Mas outras batalhas dessas guerras estão, também, ocorrendo dentro de nossas casas!   Lutas, discussões, humilhações, ironias, abusos físicos, afetivos, psicológicos, alianças, preferências, comparações, traições, abandonos... Quantas baixas elas causam!   É estranho, porque, aparentemente, deveríamos estar sob a mesma bandeira – a dos laços consanguíneos ou de amor. Mas parece que estamos em campos opostos!

            Na verdade, essas guerras (todas as guerras) se iniciam  dentro de cada um de nós!  Sempre é Ego contra Ego! Embora não estejamos empunhando bandeiras, essa tem sido a eterna luta do Homem.  “Jamais nos renderemos” Lutamos na Família, nos Templos Religiosos, na Escola, no Trabalho, no Esporte, na política... Comparamos, competimos ,lutamos e possuímos... Vivemos em guerra, sempre, desde o princípio... Mas hoje, agora, já estamos ficando assustados, cansados, até horrorizados. O prêmio ao vencedor ( ter razão, submeter, dirigir, possuir, julgar, condenar ...) já não nos torna felizes, nem nutre nossa Alma cansada, isolada, cada vez mais sozinha, porque o vencedor posiciona-se acima, não consegue compartilhar, não tem iguais... O mesmo poder que superalimenta o Ego não consegue nutrir nossa Alma!

            Começamos a tomar consciência de que temos uma Alma amorosa, de que somos seres espirituais!   Mas ainda estamos confusos, acostumados a olhar para fora com os olhos do Ego.  Queremos que os outros parem as guerras, queremos que os outros nos deem a paz ansiada. Imploramos pela paz, queremos que o mundo seja pacífico (ou pacificado, mesmo à força!!!) para que possamos ter paz! Ainda não percebemos que nem a paz dos outros bastaria para aquietar nosso Ego irritado competitivo e controlador.  Ele nos mantém  em estado de guerra através de nossos conceitos e preconceitos, de nossos pensamentos, de nossos sentimentos e nossos comportamentos. E com eles vamos trazendo e fazendo baixas em nosso mundo, espalhando luta, contaminando... Em nossas relações mais queridas, as baixas vão-se fazendo e acumulando por intolerâncias, diferenças, desconfianças, divergências, distanciamento... Estamos eternamente reagindo aos outros e nosso mundo ficando cada vez mais fechado, “seleto”, vazio, frio, amargo...

            E a Paz? Só eu mesma posso buscar um armistício, uma convivência mais gratificante com os outros, a partir de um movimento interior de paz. Só eu mesma posso escolher ter mais flexibilidade e reformular conceitos. Só eu mesma posso escolher pensar com respeito, aceitação, compaixão, permitindo-me assim sentimentos de ternura, alegria  ... Só eu mesma posso buscar agir com paciência, honestidade, com firmeza sem agressividade, com gentileza, com generosidade...Só eu mesma posso decidir me desarmar, depor minhas armas!

Com nosso Ego assim se reorientando poderemos nos dedicar à construção da Paz, porque a paz é uma construção interior, ela é responsabilidade de cada um de nós, ela independe das lutas à nossa volta. Na verdade, essa construção infinitas vezes nos parecerá muito difícil, quase impossível, porque estamos adaptados à guerra e em meio a muitas guerras. Mas é preciso experimentar essa mudança no pensar, sentir e agir, para poder realmente sentir e acreditar na gostosura da Paz. Guerra ou Paz, a escolha é nossa!

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