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terça-feira, 9 de junho de 2015

UNIDADE


             A percepção de unidade em nossos grupos humanos nos garante um sentimento de pertença, de força, de segurança...  Existem infinitos agrupamentos aos quais pertencemos, e os buscamos fortalecer, mantendo sua unidade.

 Como seres ainda recém promovidos a “animais/racionais”, alguns de nós, ainda, nos grupamos e lutamos para garantir nossa unidade física/animal, baseados apenas em nossos diferentes atributos físicos e raciais.     Mais além, mais afetivos, buscamos proteger nossa unidade familiar: laços sanguíneos e/ou amorosos, lembranças, “verdades”, regras, lealdade aos laços ancestrais, aos vínculos criados.

 Bastante competitivos, vemo-nos defendendo/atacando, os privilégios e direitos de classes e “estilos” diferentes dos nossos, buscando guardar as unidades desses grupos baseados em semelhanças   sociais, intelectuais, materiais, de gênero...

            Buscamos, também, proteger nossas crenças na Divindade mantendo a unidade de nossas “verdades religiosas”, separados em muitas religiões, as “verdadeiras”.   E lutamos pela “pureza” de nossas ideologias e certezas mantendo a unidade de nossos partidos/blocos políticos, os verdadeiramente “certos”.   Defendemos também  a unidade de nossa identidade cultural e nacional, com nossas tradições e valores pátrios. 

            E existem muitas e muitas outras unidades de grupos humanos a serem observadas!  Mas a unidade que protegemos em nossos grupos (que sempre acreditamos ser os melhores), acabam por nos fechar e separar uns dos outros. Nosso personalismo  marcado por nosso orgulho, nossa vaidade, nossa arrogância, nosso ódio, nosso ressentimento, nossos preconceitos (frutos de nossa pouca informação), nosso medo... nossa incapacidade de ouvir e respeitar as diferenças  e os diferentes - todos alimentam essas separações.

 Na verdade, estamos pulverizados em variadas unidades desconectadas que fracionam nossa Unidade Humana, nos separam de nossa Unidade  Primeira.  E tudo isso ainda mais nos faz perder de vista nosso pertencimento a uma Unidade Maior! 

Os grupos humanos que formamos, unidos pelas semelhanças no pensar, acreditar, sentir, saber, pelo físico, pela educação, pelo modo de viver ou de sobreviver, podem ser acolhedores e até mesmo confortáveis neste nosso momento.   Certamente por isso queremos preservar a unidade desses grupos  e a nossa identidade. Mas não podem ser unidades fechadas e reativas a quaisquer outros grupos.  Nossas pequenas unidades não podem ser estanques e isoladas num Universo mutante, vivo, pulsante, em eterna transformação, crescimento e evolução. Não podemos nos rotular (ou nos marcar como gado ou nos aprisionar em “tatuagens definitivas”) em unidades fechadas, e até aguerridas, que se amesquinham e apequenam até se esgotarem em si mesmas...      

           Os valores humanos que norteiam nossos agrupamentos são, ainda, somente atributos do nosso corpo/mente, do nosso ego. Valores que, mesmo em nome do bem, se prendem à competição e nos levam à separação... Hoje, já podemos almejar a busca de uma Unidade além, baseada em valores de um Homem que já se percebe como um Ser físico/mental/espiritual. A Unidade a ser buscada precisa ser baseada em valores espirituais, valores que unem, que agregam, que nos acolhem e nutrem, a todos, independente de quaisquer diferenças físicas, materiais, mentais, culturais... Essa Unidade precisa ser fortalecida por constante abertura e flexibilidade. Unidade que acolhe para se enriquecer na aceitação das diferenças individuais...  Unidade mantida pelos Valores do Amor, valores atemporais, que estão em qualquer espaço, que nos impulsionam com força e alegria para nosso Destino Maior. 

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