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quinta-feira, 7 de maio de 2015

COBRANÇAS II




          Toda cobrança implica em crítica, decepção, rejeição... Mas, de uma forma incoerente, aprendemos a demonstrar atenção, cuidado e amor através de eternas cobranças! Cobramos porque estamos insatisfeitos, frustrados, irritados, com o Outro, mesmo que seja um outro muito querido!   Cobramos porque nos magoamos com a “insensibilidade” do outro em não nos entender!   Cobramos, zangados, porque nossas orientações e instruções não foram seguidas.  Cobramos porque pensamos que merecíamos algo melhor ou mais especial, porque acreditamos que devíamos ser melhor cuidados, ouvidos, valorizados ... Cobramos atenção, carinho, amor...  Cobramos porque estamos infelizes conosco mesmos e em nossas relações...   Cobramos... Cobramos...

            Em Família, “por amor”, cobramos sempre!  Cobramos porque acreditamos que pertencemos uns aos outros, e então, amamos com apego, com posse e “sem cerimônia”. Cobramos porque, se nos doamos, exigimos que os outros também cuidem de nós e atendam às nossas expectativas.  Cobramos porque  acreditamos ser nosso dever controlar uns aos outros, para o bem de todos! Cobramos sempre e por tudo! A linguagem da família tornou-se  -  a Cobrança!         
                                      
E cobramos com agressividade porque estamos irritados com a insistência do outro em não nos obedecer. E cobramos sorrindo, manipulando, fingindo que não estamos cobrando...    E cobramos com lamúrias e choro, para culpar os outros por nos decepcionar...  E cobramos com silêncios, criando “climas”...  E cobramos com insistência, impaciência ou desprezo, para ressaltar a incompetência do outro. 

            Em qualquer situação que nos desagrade ou amargure, acreditamos, sempre e ainda, que precisamos que o outro mude para sermos felizes. Ainda não entendemos, ou ainda não acreditamos, que só podemos modificar a nós mesmos, por mais “errado” que seja o outro! Precisamos, sim, rever nossos papéis em cada situação. Entender nossas escolhas, rever nossas atitudes de permissividade e/ou invasão e abandonar muita “falação”. 

            Cobramos sempre, cobramos muito, de várias maneiras, querendo que o outro mude, para que nós não precisemos mudar!    Mas assim não funciona! Assim nada muda, pelo menos para melhor!   Tornamo-nos pesados, repetitivos, “muito chatos”, até insuportáveis...  E as relações se desgastam, se arrastam, com  agonia para todos... ou se acabam! 

Em vez de nos desgastar e “queimar nosso filme” é melhor aprender a sermos leais conosco mesmos e claros, firmes e honestos com o outro, estabelecendo nossos limites e respeitando os dos outros. E, é importante comunicar/explicar que deixamos de cobrar por entender que assim é melhor para nós todos, que não é por falta de interesse ou de amor!  Afinal, queremos todos amar e ser amados! Para isso é importante irmos tentando e nos repetindo: Cobranças nunca mais!

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