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sábado, 8 de novembro de 2014

O JOGO DA VIDA


            Ao nascer, fui atirada à arena do Mundo e me “disseram”:  Jogue! Salve-se! Lute pela sua felicidade! Eu ainda nada entendia, mas comecei a observar e fui aprendendo e aceitando as regras do jogo. Todos jogavam duro, mesmo despistando, fosse por amor ou por poder, para vencer, para sobreviver, num “vale tudo” de mentiras, concessões, cobranças, blefes, invasões.. .que tanto machucavam a todos!

            Estávamos todos num labirinto, confusos, buscando saídas honrosas, agarrando e descartando escolhas e escolhidos. Esses  logo haviam se tornado adversários naquele jogo tão estranho, onde nos batíamos com tanta dor e era em busca da felicidade!
            
            Eu aprendia a jogar. Não deveria perder! Os outros, mesmo os mais queridos, talvez esses principalmente, precisavam ser dirigidos e controlados, por amor ou sem amor!  Também deveria estar atenta para me defender e, se preciso, contra-atacar. Deveria demonstrar meu valor nessa luta, mas disfarçar os meus sentimentos. Tudo isso tanto me pesava, mas, afinal, era para defender  minha felicidade!
            
             Mas ninguém era realmente feliz! O jogo nos tornava a todos adversários ansiosos e, em eterna luta, nos debatíamos, confusos, num labirinto agoniado, sem saída, seguindo... porque “a vida é uma luta”, é “assim mesmo”!
            
            Um dia, abatida, muito machucada, fui sinalizada que eu precisava me conhecer, me preparar para ser uma boa jogadora num outro tipo de jogo. E venho buscando abandonar o velho jogo de lutas e disputas, que me mantém medrosa, ansiosa, blefando, fingindo, agressiva, aguerrida, sofrida... e, afinal, sempre perdedora na quimera de ser feliz!
         
            Esse “jogo” se inicia, na verdade, com um “quebra-cabeça” que vou resolvendo comigo mesma, “quebrando” crenças aprendidas e atitudes ensinadas pelo meu ego adestrado para as lutas do velho jogo.
         
          Agora já entendo, a vida não é um jogo, mas uma caminhada... E me foi sugerido que eu utilizasse como instrumento Passos que, como bússola de muita sabedoria, me manteriam na direção certa – de mim mesma- para que eu não me prendesse em velhos atalhos e não me perdesse em antigos descaminhos... Essa caminhada de descobertas, de portas abertas, única e pessoal, deve ser feita com atenção gentil e cuidadosa, com paciência e boa-vontade, com bom humor e amor, com respeito, lealdade e honestidade...  comigo mesma! Essa é primeira direção! Essa é a minha vida!
          
           E então vou me aprontando para “jogar” com o mundo. Mas não me serve mais o velho jogo! Agora não quero oponentes ou adversários, não quero me envolver em lutas. Não quero disputar, estou aprendendo a compartilhar, sem vencidos e vencedores! Agora quero parcerias e parceiros... E quando os parceiros só souberem jogar o velho jogo, preciso exercitar minha coragem para lhes comunicar, com honestidade, gentileza e firmeza, quais são as regras aceitáveis em nossa parceria.
         
            Um dia de cada vez, mesmo com as dificuldades de desaprender as velhas regras, com as recaídas em disputas, sei que quero para mim um viver mais livre, amoroso...e compartilhado!
         
            A Vida não é um jogo! É uma incrível jornada...