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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Da IMPACIÊNCIA à PACIÊNCIA


          Da nossa Insatisfação pelos desejos não realizados ou expectativas frustradas, não importando quanto fossem ideais e irreais, sobrevém a Impaciência. Ela nos avisa dessa insatisfação, muitas vezes não percebida.  Ela demonstra nossa não aceitação com a passagem do tempo, com as pessoas, com a vida... Queríamos que tudo fosse diferente, que tudo fosse conforme nossos desejos e necessidades... Ficamos impacientes:
 - com as dificuldades das crianças, com a arrogância tola dos jovens, com as limitações dos velhos...
 – com a independência dos companheiros e filhos que eram “nossos”, com suas escolhas, seus pensamentos...
- com nossas “impotências” pela vida afora...

            A impaciência se revela internamente através da irritação, o “fogo destruidor” que corrói nossa alegria, agride nosso corpo, que sofre, que reclama e adoece. E a externamos com “muxoxos”, “rosnados” ameaçadores, gestual agressivo, grosseria, mau humor! Afastamos, assim, as pessoas. Elas podem até continuar a nos amar, mas não querem  a nossa  pesada companhia ! Queremos ser amados, queremos nos sentir aceitos e queridos, mas a impaciência com que tratamos as pessoas, ou somos tratados, destrói tudo que ansiamos numa relação amorosa.

            Acabamos por entender, racionalmente, a necessidade de nos conformarmos com a realidade que se apresenta em nossa vida em suas variadas circunstâncias. E começamos a descobrir a Paciência, que acaba por nascer da aceitação de tudo que somos impotentes para mudar.  E descobrimos a importância da Paciência para acatar e fazer cumprir regras sociais, para ensinar, para aprender, para tolerar diferenças e dificuldades, para demonstrarmos gratidão... Essa paciência nasce na Mente, na Razão, na descoberta de que ela é necessária para convivermos em paz e com harmonia.

 Mas a Paciência pode evoluir e florescer, quando chega ao nosso coração e é enriquecida pela compaixão, pela ternura, pelo gosto interior de sermos carinhosos, gentis, generosos...  Ela então se transmuta numa das expressões do Amor ! Já não sou paciente por dever e justiça, mas porque as dificuldades e limitações do Outro (e até as minhas), me tocam o coração, me enternecem... Já não me obrigo somente a ser paciente e me conformar com o Outro. O Amor me leva a aceitar, com essa nova Paciência, o tempo de cada um de nós, acolhendo com ternura as nossas limitações. Essa Paciência deve ser a nossa meta, embora ainda tão difícil para nós, seres irritadiços num mundo tão irritante ! Mas vale a pena, porque a essa Paciência não nos obrigamos, ela não nos pesa... Ela apenas nos inunda de alegria, ternura, gostosura...

Paulo de Tarso em sua escrita mais bonita sobre o Amor disse:  O Amor é Paciente...