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segunda-feira, 21 de julho de 2014

COMPARAÇÕES


           As comparações fazem parte do modo torto de nos relacionarmos, de nos vermos, de nos avaliarmos. Somos únicos e diferentes, mas fomos condicionados a sempre nos compararmos e sermos comparados.
As comparações estão intrinsecamente ligadas às competições, às disputas. São instrumentos de avaliação para defesa e ataque nos eternos jogos do ego.

            Medimos nosso valor pelo valor dos outros. Não sabemos realmente quem somos ou o que podemos. Precisamos que os outros falhem ou percam, para nos sentirmos fortes e vencedores... nos amores, nos esportes, no trabalho, nos dons/dotes e até nos pecados e nas virtudes!

            Nessa comparação constante, se somos vencedores, sentimo-nos arrogantes, vaidosos, orgulhosos, ainda que às vezes disfarçadamente, ainda que com um medo igualmente constante de encontrarmos alguém ainda melhor que nos suplante.

            Se somos perdedores na comparação, nos sentimos pequenos, pobres, menos merecedores... E sentimos vergonha, despeito...
A inveja nos toma trazendo mais raiva, irritação contra os “inocentes supostos adversários”, mesmo sem dizer, ainda que somente numa disputa mental... “Está pensando que é mais, que é melhor ?”
Talvez até seja, mas o problema é que não gostamos de ser menos ou piores!

            Enquanto nos compararmos sempre seremos melhores ou piores que os outros, estaremos sempre lutando para sermos vencedores ou não sermos perdedores. Estaremos sempre competindo, lutando, disputando... Não conheceremos ou poderemos usufruir da tranqüilidade e gostosura de estarmos juntos, curtindo quem somos, admirando o que outros são, desfrutando da riqueza dos encontros...

            Esse é um imenso desafio! Tentar olhar o mundo sem a preocupação de comparar, sem a angústia de disputar. Olhar o mundo, suas novidades e diferenças, com curiosidade, análise e aprendizado. Talvez só possamos ir conseguindo isso na medida em que estejamos ocupados nos olhando, nos analisando, nos avaliando, nos curtindo e descobrindo como podemos nos melhorar em quaisquer aspectos de nossa vida. É um exercício libertador, mas que nos pede perseverança e paciência conosco! Vou lembrar, para deixar de comparar:

“Eu sou eu e as minhas circunstâncias”... e os outros, também!