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sexta-feira, 19 de abril de 2013

O BRILHO DO SEU OLHAR



            Já se disse que os olhos são o “espelho da alma”. Eles nos “dizem” da vida que nos habita.
Quando adoecemos, nossos olhos acusam a perda de vitalidade física; quando o corpo morre, o olhar perde todo o viço e mostra que aquela vida que o habitava agora se fora. Eles revelam também os sentimentos que nos empolgam: raiva, medo, mágoa, frieza, desprezo, alegria, esperança, entusiasmo...
Quando não queremos nos revelar, fugimos do olhar direto. “Olhos nos olhos” é muito íntimo, às vezes até intimidante, invasivo...

             A Vida, errada ou certa, tem força, vitalidade. É triste observar a falta de brilho em um olhar. Essa opacidade transmite um pesar enrustido, uma conformação forçada, uma falta de esperança, de crença em algo melhor da vida. Parece que falhamos, que falharam conosco, que tudo gorou, que as boas expectativas não deram certo, que o viver transformou-se num arrastado sobreviver, sem muita graça, mesmo sem desgraça, sem alegria, sem projetos, sem desafios... E o olhar fica sem brilho!

            As crianças e os jovens, que se lançam naturalmente ao mundo, ainda trazem esse brilho, mesmo que, às vezes, entre lágrimas, zangas, raivas... Mas o tempo, que nos desgasta o físico, acaba por nos trazer para uma vida mais interior e somos confrontados com o desgaste de sonhos, ilusões, expectativas...

            Talvez muito pouco em nosso caminho tenha sido como desejávamos, mas é imperioso, então, estarmos atentos aos ganhos interiores que as decepções, as frustrações, as perdas, as dores, nos proporcionaram em termos de maior compreensão e aceitação de nós mesmos e do mundo. Esses ganhos interiores é que vão trazer e manter uma suavidade brilhante ao nosso olhar.

            Estamos vivos e a vida é uma eterna sucessão de desafios para nos levar ao melhor de nós, sempre e cada vez mais, ao melhor de nós.
Passamos pela conformação doída e cansada que nos rouba o brilho e o sorriso, mas prosseguindo, chegaremos à aceitação desse processo que, mesmo doendo, nos torna melhores e mais livres! É isso que nos “mantém no jogo”, ativos, curiosos, vivos, cheios de brilho no olhar!

            “Não quero ver seu olhar conformado, envelhecido, apagado, acompanhando um sorriso triste, quase desinteressado. Quem viveu tanto e tão intensamente tem muita luz e brilho no olhar para compartilhar!”