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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

MÁSCARAS



           Quem vem lá? Quem são essas pessoas que passam por mim? Quem são vocês, que param, que ficam comigo, que até vivem comigo?
Olho e o que vejo são apenas as máscaras que estamos usando...
Máscaras para a igreja, para o trabalho, para o clube, para a rua, para os vários papéis familiares... Máscaras variadas: sorridentes, amorosas, ameaçadoras, chorosas, indiferentes...Nas ruas, passamos uns pelos outros como robôs sem alma, máscaras impessoais sem olhos, sem vida... Não nos olhamos, pouco nos percebemos ou falamos – estamos todos sós, isolados, defendidos... No entanto, é tão gostoso (terno, suave, confortável...) quando podemos nos mostrar e também vislumbrar um pouquinho do outro – com sentimentos reais e gentis sob nossas máscaras sociais. Por outro lado, também pode ser até assustador nos defrontarmos com o desamor ou ressentimento de alguém, quando, por momentos, esse alguém, por descontrole ou por vontade, revela o que se esconde sob sua máscara.

            Quem vem lá?  Quem é você?  Quem sou eu? O que escondem essas   máscaras?  Atrás de cada rosto existe uma história, existem sonhos abandonados, decepções disfarçadas e medos, muitos medos – medos de infância, medos adultos, medos aprendidos/ensinados, medos familiares, medos sociais... medo de não ser aceito, valorizado, medo de não ser amado.  É muito difícil, triste, solitário, manter esse “Ser de Faz de Conta”, esse viver sempre alerta para escolher a máscara certa para cada ocasião; e o conviver se torna superficial, maquiado, mesmo com quem mais amamos.

            Nesses bailes da vida, quero dançar mais leve, solta, verdadeira. Para isso, preciso ir, aos poucos, conhecendo o que se esconde sob as minhas máscaras. Só assim, me entendendo e aceitando, vou poder ir-me fortalecendo, me respeitando e me libertando desses “esconderijos” de mim. Eles têm me defendido, mas também me afastado de minha espontaneidade, minhas dores e alegrias, de minha luz... e das pessoas!

            Quero ter coragem para me permitir olhar nos olhos do Outro, chamando-o, silenciosamente, para também se libertar, para ousar revelar, quando quiser ou puder, sua humanidade, esse seu mundo oculto que ele ainda esconde atrás de sua máscara.

“Enquanto vou tentando ir libertando-me de minhas máscaras, passo por ti, buscando teus olhos... E te espero e me enterneço com tua humanidade tímida e ainda tão defendida.”