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domingo, 24 de junho de 2012

QUANDO EU MUDO



            -“ Você mudou! ”
- “ Você está tão mudado! ”
Ouvimos muitas vezes esse queixume, essa acusação, de nossas pessoas mais próximas. E ficamos confusos, culpados, sentindo-nos traidores do nosso passado, do nosso mundo estabelecido, mesmo quando “mal estabelecido”.

Em nossas relações, desde o começo, ficam estabelecidas regras não escritas, não faladas, mas presentes, atuantes, gerindo tudo. Iniciamos nossos relacionamentos através de nossas máscaras, nossas melhores máscaras, adequadas às situações. Elas diziam aos outros quem nós queríamos ser para eles, para recebermos amor e valor. Sedentos de carinho e aprovação, sufocamos sob essas máscaras, defeitos, sonhos, desejos, opiniões, sentimentos... negamos muito de nós mesmos. Esperávamos muito, também, em troca. Não sabíamos que nada que viesse de fora, do mundo, dos outros, poderia nos nutrir ou compensar pelo tanto de nós mesmos que estávamos abrindo mão. Com o tempo, esse mundo de “faz de conta” já não era suficiente para dar voz, verdade, significado, propósito... às nossas vidas.

Entendendo isso, sufocados, começamos a mudar! Não poderia modificar os Outros, mas quando Eu Mudo, mudam minhas relações! Os Outros ficam confusos, inseguros, se magoam, se ressentem... Eles não entendem a nossa mudança, sentem-se traídos, entendem como desamor. É um momento muito delicado em nossas relações! Serão novas regras, novos limites individuais, um novo caminhar respeitando passadas diferentes. Ansiosos, também inseguros, nos questionamos: Para onde caminhamos? Para um desencontro às claras, afinal? Ou para um Encontro mais verdadeiro, pelo menos de minha parte?

Preciso encarar a possibilidade de não ser aceita, de ser rejeitada, preciso de coragem para estar sem a proteção das máscaras a que me acostumei, preciso de assertividade para não me deixar manipular e capitular ante o medo do desamor, ante o hábito do velho modo de me relacionar. Preciso de força, coragem e entusiasmo para viver esta outra história que me faz sentir inteira, verdadeira, responsável por mim mesma. Preciso ser leal a mim mesma. Preciso ser paciente, compreensiva, generosa, mas assertiva, com as pessoas da minha vida. Preciso acreditar que vale a pena, que a “Verdade nos Libertará”!

O que posso fazer em direção a esse novo encontro com as pessoas que amo? Na verdade, estou me descobrindo, me olhando, me escutando e preciso comunicar com coragem, honestamente, aos outros, o meu momento, minhas verdades, minhas necessidades, meus desejos. Não sei se me entenderão! Não sei se irão aceitar e amar quem sou, aquela que agora revelo! Mas isto é uma outra história e não tenho poder sobre ela! Apenas sei que serei mais livre e serei mais respeitada – por mim e por todos!

Comentários / Contato : mariatude@gmail.com