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segunda-feira, 4 de junho de 2012

MANIAS


             São rotinas compulsórias que vamos criando para nos sentir mais seguros, confortáveis, em situações que nos infundem medo. Medos maiores, medos menores, medos constantes, cotidianos...

 Situações corriqueiras acabam por se transformar em poderosos desafios e nos remetem a possibilidades terríveis, detonando e exacerbando ainda mais nossos medos, nos flagelando com ansiedades, angústias... E se... E se...
A mente está solta, disparada, fora de controle, dominando-nos... “E se o gás tiver ficado aberto?” – “E se eu me contaminar?” – “E se isso me trouxer azar?” – E se... E se... Obrigamo-nos a estar sempre vigilantes e nos tornamos aprisionados, acuados. Desenvolvemos um novo imenso medo – o medo de ter medo, de sofrer com o medo!

Nosso corpo, muitas vezes, não suporta essa pressão interna e contínua: adoece e/ou responde com tiques nervosos... Procuramos ajuda médica, somos rotulados em nossas angústias e quimicamente medicados, anestesiados. Procuramos ajuda psicológica que nos ajuda a identificar a origem de nossos medos. Tentando fugir dessa agonia contínua, que tanto nos maltrata, vamos estabelecendo estratégias que nos protejam, que nos dêem conforto, que nos livrem de confrontos, que evitem as situações “de risco” – criamos Manias! Manias variadas, às vezes bizarras aos olhos dos outros. Manias que não nos permitem mais viver com espontaneidade! “Só podemos... ou jamais podemos...”

Se nos contentarmos em viver nessas “zonas de conforto” propiciadas pelos medicamentos, pela racionalização de nossos medos, pela manutenção de nossas manias, estaremos, na verdade, abrindo mão de nossa liberdade individual, da possibilidade de interagir espontaneamente com tudo e todos à nossa volta, de relaxar, de desfrutar nossos momentos. Quanto mais sofisticado o aparato de nossas defesas, maior nosso isolamento, menor nossa possibilidade de, com leveza, nos aproximarmos, de rirmos, chorarmos, trocarmos, de amarmos e nos sentirmos amados.

Nossos medos, obsessivos ou não, estão ligados, sempre, às experiências passadas e ao imaginário de possibilidades futuras. A solução para eles está no presente, no agora, no real – aí onde reside nosso poder, nossa verdadeira possibilidade de respostas aos desafios do viver. Na mesma medida que sou impotente para lidar com o desconhecido imaginado, sou forte, criativa e flexível para lidar com situações reais.

 Cabe a mim, Um dia de cada vez, Um instante de cada vez, fazer a minha parte, o meu “dever de casa” - estar atenta às tentativas insistentes de fuga e desvio da minha mente e gentilmente, mas com  perseverança, paciência e firmeza, ir retomando o timão de minha “nave”, reconduzindo e redirecionando os pensamentos persistentes, mesmo os mais teimosos, para o Agora, transformando preocupação em alguma ocupação. Quando aprendo e me disponho a cuidar de mim com muito amor e generosidade, estou na verdade acessando minha Luz Interior e sintonizando com aquela Luz Maior que me dá a certeza que “tudo posso naquele que me fortalece”

“Tudo vale a pena, se a alma não é pequena!” E a nossa, pertence à nossa Dimensão Sagrada!

Comentários / Contato : mariatude@gmail.com