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domingo, 1 de abril de 2012

HUMILDADE II



            Como descobri-la, senti-la, desfrutar da doçura e serenidade que ela nos traz? Como transformar meu orgulho e seu porta voz, a minha arrogância, em Humildade?

            Assaltada pelo meu passado, percorrendo-o com um olhar mais verdadeiro, me vejo confrontada com meus tantos erros e choro com as suas dolorosas conseqüências para mim e, principalmente, para as pessoas que amo. Tudo isso me leva à culpa, à vergonha, à humilhação de, orgulhosa, perfeccionista e arrogante, ter falhado. Sem perceber, entro nessa ciranda de luta e não conformação por ter sido menos do que acreditava ser, do que deveria ser. Se permaneço presa a essa visão de mim e dos meus erros, torno-me prisioneira também da culpa e vergonha e refém do remorso. É um processo perverso de auto punição que meu orgulho cruel exige de mim. Sofro mais e mais e, sem piedade, acho que ainda é menos e menos... Como sair dessa prisão dura, áspera, cortante, perversa, interminável?

            Descobri que só passando pela aceitação do que fui, ou sou. Preciso sempre lembrar que “aceitar não é gostar!”. É apenas deixar de brigar pela ilusão e fantasia, deixar de brigar com a realidade de quem fui (ou sou) ou com a realidade de quem não consegui ser. Aceitar, para ir buscando substituir a culpa, que me condena cruelmente a um penar sem fim, pela paz que me fortalece para mudar. Aceitar-me é o fim da luta e possibilita que eu possa acolher com compaixão a mim mesma, essa pessoa frágil e medrosa, acovardada, e por isso mesmo egoísta, defensiva, que falhou em tantos momentos e tanto machucou. É preciso estar sempre refazendo esse entender interior, porque o ego cruel e teimoso, aproveitando a Dor dos momentos de recordação, volta a me incomodar, punir, cobrar!

            A partir dessa aceitação, outras “faces do amor” podem então se manifestar em mim (para comigo mesma e com os outros): generosidade, compaixão, compreensão, verdade, perdão... Começo a desfrutar a gostosura serena da Humildade. A Humildade que nasce da aceitação do que fui ou sou e me leva à aceitação das dificuldades dos outros. Posso deixar o papel duro e arrogante de polícia, juiz e carrasco de mim e do mundo. É tão bom! Tira tanto peso, humilhação e azedume à minha vida!
Não tira a Dor porque ela faz parte do processo que me levou para além do ego; a dor que me entregou aos cuidados de minha Luz Interior e me fez descobrir a Humildade para poder seguir em frente. A Humildade que me possibilita o aprendizado, as mudanças para ser mais livre, para ser melhor, para amar melhor, para que todos os erros e dores do passado não tenham sido em vão!

Comentários / Contato : mariatude@gmail.com

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